Manifesto
No princípio existia o Douro.
Poderoso rio de Portugal, vale encantado predestinado para o vinho
No coração deste paraíso, a família Dos Santos criou um Vinho do Porto glorioso.
Feito com rigor, falava da devoção à terra e da justa recompensa pelo trabalho honesto.
A Dos Santos acredita na virtude.
Mas a virtude de um homem é o vício de outro.
Pois o espírito pode estar disposto, mas o corpo é fraco.
Como o apaixonado Ícaro, a Dos Santos voou muito perto do sol.
No entanto, das suas cinzas, uma fênix renasceu.
A Dos Santos acredita na tentação.
Diz-se que o Douro é nove meses de inverno e três de inferno.
No entanto, deste inferno vem um Porto digno do paraíso.
Nós braçamos tudo, pois um não pode existir sem o outro.
Divinamente pecaminoso, mas vergonhosamente bom,
a Dos Santos acredita que o paraíso pode esperar
Iniciando a sua atividade no início do século XIX, os vinhos comercializados pela família dos Santos conseguiram atingir um patamar de destaque, tanto em Portugal como no vibrante mercado brasileiro.
Até que, no início do século XX, o estilo de vida excêntrico e boémio do “Tio Armando”, bisneto do fundador da marca, levou à venda da empresa juntamente com os seus notáveis stocks de vinho do Porto
Após a Guerra Civil Portuguesa (1832-1834) Joaquim Ferreira Pinto, natural de Campanhã e cônsul do Brasil no Porto, decidiu aproveitar os seus contactos comerciais com o recém-independente Império Sul-Americano e criar a sua própria empresa de Vinho do Porto, de forma a abastecer o mercado brasileiro com os melhores néctares do Douro.
Joaquim Ferreira Pinto, veio casar na primeira metade do século XIX com Margarida dos Santos, sua prima direita. Deste casamento nasceu, entre outros, António dos Santos Ferreira Pinto. Coube a ele, como filho mais velho, assumir os negócios do pai e foi durante a sua liderança que a firma atingiu o seu apogeu, alcançando um lugar de destaque como uma das principais empresas exportadoras de Vinho do Porto para o mercado brasileiro, com a sua marca “Dona Othilia”.
Com a morte do irmão mais velho e do pai, Armando dos Santos Ferreira Pinto assume a gestão dos negócios da família no Porto. No entanto, Armando também morreu cedo, não antes de se perder num estilo de vida excêntrico e boémio em Paris e no Porto, característico da euforia da Belle Époque.
Após a morte de Armando e fruto da gestão dos negócios da família, coube à sua irmã Margarida resolver todas as questões e problemas que ficaram e a firma e os seus stocks de Vinho do Porto acabaram por ser vendidos a outra empresa do Porto
Em 2022 Alexandre Antas Botelho, originário de uma família duriense recomeçou a engarrafar o Vinho do Porto com a marca Dos Santos. Desta forma, este bisneto de Margarida dos Santos Ferreira Pinto pretende reavivar a marca familiar, recorrendo a parcerias estreitas com agricultores e pequenos produtores locais e uma ligação muito forte ao Douro.
O Porto dos Santos pretende, com um profundo conhecimento das técnicas tradicionais de vinificação e lotação, produzir Vinhos do Porto com uma personalidade única e um estilo próprio, marcados por grande elegância e equilíbrio, irreverentes e provocativos.